terça-feira, 3 de maio de 2011

Nunca subestime uma Dor

Dor torácica é a sensação de dor ou desconforto percebida de diversas formas, com localização na região anterior do tórax. A maneira de sentir a dor e o modo de caracterizá-la, varia de pessoa para pessoa. Varia também em função das condições psicológicas e do ambiente, em um determinado momento. A origem racial também pode influenciar na percepção e no grau do desconforto. Algumas considerações devem ser estritamente observadas: 
  • Intensidade x gravidade: pode ser silenciosa e perigosa;
  • Credibilidade (relação médico-paciente): o médico crê na descrição do paciente?
  • Causas múltiplas: cardíaca, gastrintestinal e pulmonar são as mais comuns;
  • Dificuldade na caracterização: várias formas de manifestação e algumas vezes uma inespecificidade pode estar presente
  • Experiência individual e intransferível: será difícil reconhecer uma dor desse tipo se você nunca viu uma, portanto, toda dor deve ser considerada.
Mas a dor torácica não quer dizer exatamente que haverá dor somente no peito. Alguns casos são acompanhados de dores irradiadas para outros locais, como: dorso, ombro, membros superiores, pescoço, mandíbula e outros.

A dor torácica pode ser classificada em 4 categorias a partir das suas características clínicas, independente dos exames complementares.

- Dor anginosa típica (tipo A): há características de angina do peito típica e evidente, levando ao diagnóstico de doença arterial coronariana (angina do peito ou infarto do miocárdio), mesmo sem o resultado de qualquer exame complementar. 

- Dor provavelmente anginosa (tipo B): esse tipo de dor não possui todas as características de uma angina do peito típica, mas a doença coronariana é a principal suspeita diagnóstica.

- Dor provavelmente não anginosa (tipo C): é uma dor atípica, mas não é possível excluir totalmente o diagnóstico de doença arterial coronariana sem a realização de exames complementares.

- Dor não anginosa (tipo D): é um tipo de dor com características de origem não coronariana, onde outro diagnóstico se sobrepõe claramente à hipótese de doença arterial coronariana.

- Equivalente anginoso: alguns pacientes, como os idosos, ao invés de sentirem um desconforto torácico como manifestação de angina do peito percebem apenas uma dificuldade respiratória (dispneia). Esse sintoma equivale ao de angina do peito (equivalente anginoso).

A principal preocupação é porque esta dor pode significar uma angina ou até um infarto, situações cardíacas que possuem um alto risco. Se o paciente já tiver Hipertensão Arterial Sistêmica, os cuidados devem ser redobrados e um rastreamento preventivo deve ser realizado. Check-up's devem ser realizados periodicamente. Eletrocardiograma, ecocardiograma, MAPA, Holter, teste ergométrico e lipidograma são exames que podem fazer parte de uma investigação detalhada, se necessário.

Nunca subestime uma dor, pois o dano pode ser irreversível.



2 comentários:

Claudio Mesquita disse...

Muito bom.
Gostaria de saber quais as características da dor anginosa?
dor torácica, piora com esforço, irradia geralmente para ombro e braço esquerdo...?

Um abraço,
Claudio

Ray disse...

Opa Dr. Cláudio,
Primeiro, obrigado pela presença constante!
Semana tá meio corrida, mas vou dedicar um post para a angina. Arrumando um tempinho tudo dá.
Vou adiantar procurando alguma diretriz sobre isso, afinal, escrever sem fonte confiável não adianta muito não é?

Abraços

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