quarta-feira, 6 de abril de 2011

Você confia no que lê? Parte 2





Este post é o segundo e último de uma série sobre a qualidade da informação. Você confia no que você lê? Suas fontes de informação são confiáveis? Essa informação lhe dá segurança para aproveitá-la na prática? Esta série de posts denominada "Você confia no que você lê?" é baseada em um artigo sobre Avaliação da Qualidade da Informação, do Prof. Ms. Aldemar Araújo Castro. A referência completa pode ser visualizada ao final do post.

Ao final do primeiro post desta pequena série, foram apresentados três conhecimentos necessários para a avaliação da qualidade dos artigos. Agora, destacam-se as habilidades para tal, que envolvem diretamente a capacidade de avaliar os seguintes itens dentro de um artigo:
a) a pergunta de pesquisa, e se não estiver explícita deduzir qual foi
a pergunta de pesquisa;
b) a hipótese e o objetivo;
c) o tipo de estudo e sua descrição;
d) a amostra (critérios de inclusão, exclusão e amostragem);
e) os procedimentos (intervenções, teste diagnóstico ou exposição,
se houver);
f) as variáveis analisadas;
g) o método estatístico (cálculo do tamanho da amostra e análise
estatística);
h) as características da amostra no início do estudo;
i) os desvios da pesquisa;
j) os resultados das variáveis primárias e secundárias;
k) as conclusões;
l) se cada um os itens descritos são adequados para responder a
pergunta de pesquisa.

Note ainda que, ao saber identificar estes itens, você está há um passo de identificar algo raro em muitos estudos: coerência. Como assim? Se foi bem planejado e executado, qualquer estudo científico deve demonstrar coerência entre itens básicos, destacando-se a pergunta da pesquisa, a hipótese e o objetivo. Exemplificando, considere que a pergunta da pesquisa foi: Qual a prevalência de obesidade na comunidade X? A hipótese necessariamente tem que ser coerente coma pergunta, podendo ficar da seguinte forma: a hipótese é de que a prevalência de obesidade na comunidade X é de 30%. Percebeu que estão intimamente relacionados? E pegando agora o objetivo, ficaria assim: O objetivo deste estudo é determinar a prevalência de obesidade na comunidade X. Não ficou tão simples e mais fácil de entender?

São pequenos detalhes que, quando ausentes, diminuem a qualidade da informação. É até engraçado, quanto mais qualidade um estudo tem, mais fácil fica sua interpretação, não  é verdade? Conhecendo e identificando parte do conteúdo citado nesta série, fica mais fácil avaliar a qualidade da pesquisa e identificar se os resultados são válidos e possibilitam que o pesquisador chegue até aquela conclusão.

Tratando-se diretamente de resultado e conclusão, eis a sugestão de redobrar a atenção aos seguintes itens: variáveis, método estatístico, desvios da pesquisa, características da amostra, resultados e conclusão.

Olhando para as variáveis, se o pesquisador analisa o IMC para determinar a obesidade, a conclusão obrigatoriamente têm que envolver os resultados de acordo com a variável. Por exemplo: Se 40% foi encontrada, de acordo com o cálculo do IMC, na faixa de Obesidade, a conclusão deve conter diretamente esta informação, para tornar mais claro resultado. Poderia ficar assim: foram encontrados níveis de obesidade acima do esperado, pois 40% da população estava classificada, de acordo com o IMC, na faixa de Obesidade. Simples assim!

Espero ter elucidado este tema de forma satisfatória. Indico a leitura do artigo completo que aborda as formas de avaliar a qualidade da informação e fornece rápidos e pré-fabricados métodos para realizar tal avaliação. Para seu acesso, visite Metodologia.org.

Referência:
Castro AA. Avaliação da qualidade da informação.
In: Castro AA. Fiat lux. Maceió: AAC; 2005.
Disponível em: URL: http://www.metodologia.org/livro



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