segunda-feira, 11 de abril de 2011

E a Qualidade de Vida, onde fica?

Várias vezes vista como um meio, a Qualidade de vida (QV) deve, na verdade, ser um objetivo final na assistência ao seu paciente. Médicos e outros profissionais da saúde tem na QV como a meta mais honrosa dentro da relação terapeuta-paciente. Envolve vários conceitos para que seja posta em prática, muitos deles, simples, outros bastante complexos.

Humanização do atendimento ao paciente. Simples não? Defina agora, para você, o que é ser humanizado? Humanizar, tornar humano aquilo que, no caso, está cada vez mais mecânico, como se todos estivessem com o botão do “piloto automático” ligado.

São freqüentes as situações em medicina onde as chances de cura são remotas ou inexistentes. Mas seu trabalho acaba ali? O que ainda é possível para aquele paciente? É possível fazê-lo sorrir?

Lembro-me de um depoimento que li de um paciente amputado em decorrência de um pé diabético. Foi-lhe perguntado se não sentia falta de seu membro, pois não usava ainda prótese. Um fato curioso foi notado, ele, em momento algum, queixou-se de sua situação e, sempre que questionado, exaltava a melhora que sentia durante aquele tempo. Relatou que quando seu pé diabético estava no auge, sua vida era muito mais regrada, tanto pelo cuidador, quanto pela própria incapacidade física e dores constantes.  “Hoje, as pessoas não deixaram de notar a minha doença porque meu pé doente não está mais ali, deixaram de olhar para a doença porque meu sorriso lhes chama mais atenção”, disse ela, completando que um pé novo em breve ela iria ganhar (prótese), mas não havia presente melhor que o direito de voltar a sorrir.

A QV não necessariamente está relacionada aos sorrisos. Procure entender seu paciente, o que mais o faria se aproximar de uma vida normal? Voltar a ir caminhando até a igreja? Estar novamente presente em um círculo de amizades? Pode cozinhar novamente para seus familiares? Poder brincar em meio aos amigos?

O melhor diagnóstico pode não ter nada haver com os sinais e sintomas da doença. Observar e entender seu paciente pode tornar-lhe um médico muito melhor.  Muitos pacientes não buscam a solução dos seus problemas, procuram alguém que lhes entendam e assim, ajudem-nos dentro de suas possibilidades.

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